terça-feira, 15 de maio de 2007

Sexta-Feira passada (já bem passada!)

Os tais pontos a assinalar vão ter de esperar… Ontem foi sexta-feira, um dia cheio, em cheio. Não fui trabalhar, pelo que tive de trabalhar a quinta toda! AIII FIIIDA!!! (muito difícil!) O não ter ido trabalhar na sexta teve uma razão de ser, aliás várias razões de ser. A primeira foi ter combinado ir logo de manhã com a Libelinha e a Borboleta, ao local de um dos projectos desta última. Projectos não no sentido Arquitectónico do termo, já que a Borboleta é, de nós as quatro, a única que conseguiu fugir à praga e formou-se em Psicologia. Este projecto ganha forma no voluntariado que ela tem vindo a fazer numa escola, o “Solar dos Meninos de Luz”. A particularidade desta escola é que fica na favela do Pavão-Pavãozinho, uma comunidade entalada num morro entre Copacabana e Ipanema. A escola tem classes para crianças dos 3 meses aos 18 anos de idade, e a ideia dominante é proporcionar a crianças (em hipotético risco) a educação necessária ao ingresso na faculdade ou curso profissionalizante sempre fintando os destinos mais evidentes que a vida na favela pode oferecer. Bom… isto foi um primeiro e bastante breve contacto que eu tive com esta organização, se quiserem saber mais sobre esta escola podem “acessar”: www.meninosdeluz.org.br, deverá ter informação engraçada, pelo menos julgando pela que têm no folheto! Continuando… fomos lá, a pé fica a cerca de 15 minutos de nossa casa, sendo que no caminho temos de atravessar uma estrada com mil faixas que é uma saída de um túnel que atravessa este morro (do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, e que 5 dos 15 minutos são à espera de oportunidade para passar! Subindo umas escadas que fazem a fronteira entre Ipanema e a favela, chegamos à rua da escola. E pronto, ali encetei um rol de paixões que desenvolvi durante o dia, mal entre na sala dos meninos até 2 anos de idade… cerca de 15m2 para mais ou menos 30 miúdos que em menos de 5 minutos nos dão beijinhos, abraços, querem deitar-se no nosso colo ou fazer o pino nele. As educadoras, com uma dedicação enternecedora e abertura à chegada de voluntários muito positiva, o chão almofadado onde todos andam descalços e rebolem e dormem e por aí fora. É difícil explicar, mas apesar de ter andado a fazer de elevador até à magnífica vista da janela sobre o recreio para quase todos os piniquinis, de ter feito saco de batatas de alguns deles, de ter sido a árvore para trepar para 3 ou 4 simultaneamente, de ter sido o colchão de pino de uma aspirante a ginasta, de ter que manter acordada uma Duda adormecida à força de cantar 500 vezes a música do sapo, de ter dado o almoço a uma Carolina com caracóis pretos… saí de lá renovada. “O Sapo não lava o pé, não lava porque não quer! Ele mora lá na lagoa, não lava o pé porque não quer! MAS QUE CHULÈ!!!” “O papar, o papar vou comer, vou comer, p’rá ficar fortinho, p’rá ficar fortinho e crescer, e crescer!” (coma melodia do Frère Jacques) Já marquei uma visita ao Solar na próxima quarta, às 14h30, uma condição para futuros voluntários. Regressadas a casa, a Joaninha juntou-se a nós para o almoço e, depois de devidamente apetrechadas após a ida ao supermercado Princesa – nosso vizinho – seguimos para o compromisso da tarde. Apanhámos uma van na Avenida Atlântica até ao Leme e subimos o morro do Chapéu Mangueira.

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