segunda-feira, 16 de julho de 2007

"Trabajo de vivir"

Encontrei este artigo (escrito por Guillermo Etcheverry na sua crónica "Reflexiones") numa revista (La Nacion Revista - 3 de junho de 2007) que a minha irmã tinha lá por casa, em Buenos Aires.
Já há alguns dias que o queria partilhar aqui, com os distraídos como eu que deixaram passar ao lado esta experiência.
Entretanto, na revista Piauí (brasileira) encontrei um artigo ainda mais concentrado no assunto, mas ficava mal estar no meio da Livraria da Travessa a transcrever palavra por palavra as (acho que) 2 páginas A3 do artigo.
Aqui vai:

"El joven buscó un sitio adecuado en el rincón de una concurrida
estácion del subte de Washington, la apital de los EE.UU. Eran casi
las ocho de una cruda mañana invernal de enero passado. Inadvertido
para la multitud que caminaba velozmente tratando de superar la
aglomeración matinal, extrajo su violín del estuche, que colocó
abierto frente a sí, luego de deslizar subrepticiamente en él algún
dinero. Y comenzó a hacer música.
El joven no era un músico callejero común, su violín no era un
instrumiento cualquiera y las obras que ejecutaba no eran sencillas.
Se trataba de Joshua Bell, uno de los más destacados violinistas del
mundo, su violín era un Stradivarius de 1710 - valuado en más de tres
milliones de dólares - y atacó con la Chacona de la Partita nº2 de
Bach. Otro gran músico, Johannes Brahms, alguna vez confesó: "Si yo
sólo imaginara haber creado esa música o tan solo la hubiera pensado,
esto seguro de que la excitación y la conmoción que habría
experimentado hubiesen bastado para enloquecerme"
El sonido inudaba la estación, cuya acústica era sorprendentemente muy
adecuada, y la magistral arquitecturasonora de Bach se adueño
rápidamente del ámbito. No pasaba inadvertida. Cómo reaccionarían los
transeúntes? En un contextobanal y en un momento inoportuno, tendría
la belleza capacidad para trascender? Esos interrogantes eran
precisamente los que buscaba responder la experiencia de la que la
situación descripta formaba parte, organizada por el matutino The
Washington Post. Previendo que Bell sería reconocido - pocas semanas
después habría de recibir el premio al mejor músico clásico de los
EE.UU. - se organizaran estrategias para contener la multitud.
Jamás se reunió muchedumbre. Quienes caminaban ante Bell le
dispensaban, en el mejor de los casos, una mirada esquiva; la mayoría
lo ignoraba. durante los 45 minutos, pasaron frente a él 1097
personas, siete se detuvieron y recaudó 32,17 dólares.
El análisis de tan apasionante experiencia ha generado debates en todo
el mundo. Resulta interesante destacar dos aspectos. Muchos eran los
jóvenes que caminaban frente al violinista conaudífonos, escuchando su
própria música. La difusíon de la tecnología, em muchos casos, limita
en vez de expandir nuestra experiencia de la realidad: escuchamos lo
ya conocido, recibimos las noticias de quienes pensan como nosotros,
nos vamos cerrando los demás y a vivencias que nos son desconocidas.
Si ante tan inesperado y generoso ofrecimiento de lo mejor, caminamos
ciegos y sordos, qué otras cosas nos estaremos perdiendo?, se pregunta
Gene Weingarten, el periodista que relata esta experiencia en un bello
artículotitulado Perlas antes del desayuno. Evoca a este respectounas
estrofas del poeta W. H. Davies "Qué es esta vida si, atrapados por
ansiedades/ carecemos del tiempo para deternos y contemplar?"
El otro aspecto para destacar es qeu, entre las escasas personas que
se interesaban por Bell, la mayoría eran niños. Que ni siquiera
llegaban a detenerse porque eran arrastados por sus mayores para que
no perdieran tiempo. El poeta Billy Collins señaló que los niños nacen
con un conocimiento y una apreciación innatos de la poesía, dones que
la vida les va quitando lentamente.
Posiblemente lo mismo suceda con la música.
Tal vez una de las más importantes conclusiones de esta aleccionadora
experiencia sea precisamente la necesidad de preservar para los niños
ese contacto directo con la realidad. En este caso, con la realidad de
una música de la que alguien ha dicho que "no hace nada menos que
demonstrarles a los seres humanos por qué vale la pena tomarse el
trabajo de vivir". "

quarta-feira, 20 de junho de 2007

37 ou uma tentativa de homenagem que resultou um tudo-nadinha apatetada

Desde há uns anos que o dia 21 de Junho tem um significado especial para mim. Bom, se for a esmiuçar bem, na verdade há uns 26 anos que o dia 21 de Junho tem um significado especial para mim.
Não é só porque é o solstício, o dia mais longo do ano, o início do Verão (Ai, o Verão! …), mas também há uns anos significava o quase finalzinho da escola, o só faltarem 3 dias para o São João, por aí. A título de exemplo, foi num dia 21 de Junho, há três anos, que ficámos a saber que a Cuncunca vinha a caminho. Muito especial!
Mas, na verdade, se for a esmiuçar mesmo, mesmo bem são 37 os anos há que o dia 21 de Junho tem um significado especial para mim. Bem sei que neste dia, há estes anos todos, os átomos que sou eu ainda nem sequer se tinham encontrado à esquina, esquina nenhuma, mas mesmo assim!
Pois foi neste dia, há (já se adivinha) 37, isto é trinta e sete anos! que os meus Pais se casaram na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa.
Esta é a parte em que eu devia ser acometida de uma verve maravilhosa e poética para homenagear devidamente este feito e os seus executantes. Mas não aconteceu. Eu esperei, esperei, esperei um bom bocadinho em frente ao ecrã, mas nada. Só o tracinho cintilante à espera. É como a epifania que eu esperava ter nas areias de Copacabana… até agora nada! Só a confirmação de que um sítio onde se está mesmo, mesmo bem é na praia.
Por isso, e como sou super-fã do Duo Magnífico formado pela minha Mãe e pelo meu Pai, arrisco-me a deixar mais um post lamechas, onde digo que “gosto deles assim (os dedos indicadores fazem um movimento de translação e rotação, será?, a indicarem o infinito)”, onde digo obrigada, e onde reproduzo (direitos reservados!) a verve poética (aqui sim) de um romântico da nossa praça, que, aqui há uns anos, escreveu esta (aparentemente simples) quadra e dela retirou dividendos para muitos anos (e inspirou muitos outros românticos menos inspirados pelo caminho).
Aqui vai:

“O Mundo dá tantas voltas,
tantas voltas sem ter fim!
Quem me dera que numa delas,
tu viesses para mim!”


… Mas se for a esmiuçar mesmo, mesmo, mesmo bem, descubro que o dia 15, do mês de Agosto do ano de 1967 é que é verdadeiramente o início disto tudo, e que na altura os átomos que sou eu ainda andavam em continentes diferentes (será possível que eu já andasse a viajar antes de ser? Será que passei pela praia de Copacabana? Pelo deserto do Saara? Por Macau?) …
OK, OK, vou parar por aqui, esta história fica para outro dia, mas, aviso que continuando nesta linha de pensamento, qualquer dia os que ainda não sabem descobrem o porquê deste nome para o blog! (é o chamado teaser para manter ou despertar ou mesmo ressuscitar o interesse nestas narrativas).
Viva o dia 21 de Junho!
Parabéns Tutsis!

domingo, 17 de junho de 2007

Por este Rio acima...

Não é por falta de assunto que este blog tem estado de pousio.
É apenas o fim da estadia Carioca a aproximar-se e a consequente intesificação de programas.
São as Festas Juninas, os passeios aos sítios que ainda não foram visitados e têm absolutamente de ser, a melhoria do tempo que permitiu o regresso às areias e águas de Copacabana (aparentemente imprópria para banhos, mas quem resistiu à água da foz do Rio das Pérolas desde a meninice resiste a quase tudo, ou não? – já agora, quem me dera que o nosso quase-Inverno fosse assim quentinho!), a assistência a aulas de cinema na comunidade de Tavares Bastos… o trabalho, isso, o trabalho!, e por aí fora.
Quanto a estas aulas de cinema a que temos vindo a assistir (eu e a Marizilda ou Libelinha, a minha comparsa nestes últimos dias de malandragem e ginga), a história é longa mas merece um pouco de dedicação.
A Tavares Bastos é uma comunidade, uma favela comum nesta cidade, não fosse a história de sucesso que tem. De formas variadas, ainda não percebi bem qual é que é a definitiva e verdadeira (talvez sejam todas!) ali conseguiu dominar-se o tráfico de droga e assim tornar esta vizinhança num verdadeiro bairro, tão tranquilo que é escolhido para cenário de novelas e… do próximo filme do Incrível Hulk!!! É o máximo!
(Se tiverem acesso à TV Record, parece que parte de uma das novelas transmitidas é gravada lá.)
Há umas semanas, numa insuspeita sexta-feira, decidimos ir ao Bob – uma colega de trabalho falou-nos deste senhor Inglês, morador na Tavares Bastos que abre a sua casa (abre mediante o pagamento de alguns reais, claro) de quinze em quinze dias a quem quiser por lá passar para ouvir sessões meio improvisadas de jazz ou bossa nova, comer um churrasco e apreciar uma vista magnífica da Baía de Guanabara e Pão de Açúcar.
Assim sendo lá fomos nós três (nessa altura ainda na companhia da nossa Sininho-Joaninha) meio receosas mas cheias de determinação à procura da casa do tal Bob (tenho de enriquecer a narrativa, mas a verdade é que a ida, o caminho e a chegada lá foram tão tranquilas quanto… sei lá, algo muito tranquilo – o sono da minha Sobrinha ou uma tarde de Verão na terra do meu Pai, por exemplo)…

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Cuncunca

Atenção, aviso à navegação internético-blóguica: só me apercebi da lamechice deste post depois de o ter escrito. No fim já não tive paciência de o deslamechar. Desculpem!

Cuncunca é o feminino de cuncunco.
Cuncunco é a palavra que a Carolina arranjou para designar tudo o que não sabe o que é, ou tudo o que o sono e a falta de paciência a fazem não saber o que é.
Cuncunco isto, cuncunco aquilo.
Cuncunca é um dos nomes que eu lhe chamo, que a sua falange de apoio e fãs lhe chama. Um dos, porque há muitos, muitos outros nominhos para a minha Sobrinha.
Como hoje é o dia da Criança, (pelo menos aí, cá celebra-se a 12 de Outubro – fiquei hoje a saber), não queria deixar passá-lo em branco, mas na verdade o que eu tenho para dizer é um pouco ao jeito de Carolina com sono… “cuncunco!”
Este cuncunco não é bem de quem não quer dizer nada, mas de quem quer dizer alguma coisa, mas não consegue saber bem o quê.
Que hoje já estive no Pavãozinho a fazer chuva de papel, a cantar a Baleia que é amiga da Sereia, a fazer o Burrinho que vai para a feira, a fazer de elevador, a dar almoço, a dar as mãos numa prece (uma coisa que foi um bocado bizarra, meteu lágrimas e tudo – mas não da minha parte, por uma vez na vida!), a fazer muitas coisas.
Que hoje, em conversa com as minhas irmãs, já nos lembrámos da Pequenina McCann, do Rui Pedro e de tantas outras crianças a quem não deixaram deixar rasto.
Que hoje e em vários outros dias passei no passeio por miúdos infímos, que se enrolam nas camisolas para poderem dormir, que a dormir dão dó, que acordados são o cartão postal de alguma da violência que dá fama a esta cidade.
Que hoje, como em todos os dias desde há quase 3 anos, tenho uma criança perto de mim, comigo, a lembrar-me sempre e a assombrar-me com a maravilha constante que a Vida pode ser.
Não há nenhuma conclusão especial para isto tudo, excepto que hoje de várias formas já passei por muitas camadas do que é o Mundo. As crianças no Mundo.
Desculpem o momento, mais parece a prece em que fui induzida (em erro, totalmente!) hoje de manhã.
De qualquer forma, só quero deixar beijinhos para as minhas crianças, (são sobretudo primos!), e um beijinho do tamanho do Amor que sinto pela Carolina à Pulita Laranjita, à Nani, à Piki, que, calha bem!, são todas uma e a mesma, a minha Sobrinha Cuncunca!
Bauuu! Bauuu! Bauuu! (é um sino a tocar de felicidade, tal como os da Basílica da Estrela tocaram no dia em que ela nasceu!)

terça-feira, 29 de maio de 2007

Feijoada Completa

Como alguns de vós saberão, o meu prato preferido é a Feijoada, mais concretamente a Feijoada da minha Mãe.
Como qualquer prato de Mãe, esta feijoada tem aquele tempero especial, e aquele aprimorado que decorre de muitos anos de prática e de conhecimento da prole: no nosso caso o arrozinho solto no ponto, o feijão macio, a cenoura com a consistência exacta, a quantidade certa de carne e enchidos (nada daqueles muito complicados), tudo a cumprir uma proporcionalidade de degustação maravilhosa.
Portanto, a ideia de vir aí uma feijoada, não só pressupõe um belo petisco, mas também uma mesa em família, provavelmente num sábado (o meu dia preferido da semana, meu e de quase toda a gente, não?) ou até num domingo, logo uma coisa boa, em grande, daquelas que dá para marcar na agenda: “…coisa boa – sábado!”
Bom, continuando. Tudo isto para dizer que o fim-de-semana passado foi do género feijoada, feijoada completa.
Daqueles acontecimentos a marcar na agenda, a ansiar durante o tempo que medeia entre o conhecimento do acontecimento e a altura em que ele de facto acontece, e, quando acontece, com os ingredientes, tempero e quantidades certas.
A receita para este fim-de-semana de sucesso e a reter na memória começa com a adopção dos nomes certos: os meninos que vieram de Buenos Aires passaram a chamar-se Iracy e Paulão, as meninas da Bolívar adoptaram os nomes Luzilândia (a Joaninha), Marizilda (a Libelinha), e Jurema (eu).
A partir daqui tudo pôde acontecer. O tempo, que durante a semana tinha estado de chuva quase contínua e de frio quase glacial (pronto, há que introduzir um pouco de drama nesta narrativa!), pôs-se de postal, de quase Verão sem o calor abrasador, em suma, São Pedro concordou connosco e colaborou com a nossa novela.O itinerário, ambicioso para o tempo disponível, foi cumprido na íntegra, e complementado com boa-disposição e até algumas gargalhadas.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Assim, de repente…

Ainda “gripada”, e com os olhinhos a piscar de sono, ontem à noite recebi uma sms que me levou algum tempo a descodificar e ainda mais a acreditar: “GM, BL e PL almoçam 6ª no RJ contigo…”
Alguém percebeu alguma coisa?
Bem, no estado de quarentena e consequente abuso de (des)informação televisiva em que eu estava, demorei um bocadinho a resintonizar, mas tudo descodificado quer dizer que este “final-de-semana” vou ter visitas Porteñas!
Nada melhor para espantar esta gripe que já dura há quase uma semana, admito que já tinha pesadelos denguescos!
Agora só falta o São Pedro colaborar, dado que os cariocas têm os seus mais turísticos atractivos bem lá nas alturas e consequentemente, por estes dias, submersos num mar de nuvens: o Pão de Açúcar e o Cristo Redentor (“…que lindo!”).
Bom… mas há sempre o calçadão, a Lagoa, a Copa, Ipanema, a Lapa, o Bondinho, Sta. Teresa – sim, acho que vai ser um repente bem ocupado.
Mais alguém quer participar?

terça-feira, 22 de maio de 2007

Escanifobético

Esta é uma das palavras que consta de uma lista que eu e as minhas amigas JC e JP fomos fazendo nas longas horas de viagens de comboio e observação de dinâmica de praças no nosso inter-rail.
Entre muitas listas e categorizações e eleições e por aí fora, fizemos uma lista de palavras estranhas donde constava escanifobético, galheta, pirolito, e várias outras, umas mais próprias, outras menos.
Hoje muni-me de bloco de notas e quando fiz a paragem no suco de melancia da Big Néctar apontei nomes de sucos que facilmente podiam pertencer à já referida lista. Como prometido, aqui estão os sucos com os nomes mais estrambólicos (esta é outra palavra da lista) do cardápio:

Açaí
Bacarí
Beterraba (suco de… ai!)
Burití
Cajá
Caju
Camu Camu
Cupuaçu
Caqui (que é diospiro neste lado do oceano)
Carambola (acho que também há em Macau)
Fruta do Conde
Graviola
Jaca
Jenipapo
Laranja com beringela (onde é que foram buscar esta combinação?)
Limonada Suíça (não faço ideia o que seja, mas nunca tinha percebido que os Suíços eram especialistas da limonada, achei curioso)
Mangabo
Murici
Pitanga
Seriguela
Tamarindo
Taperebá
Umbú

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Big Nectar

Faço aqui uma pausa no relato para fazer um outro tipo de relato, uma coisa mais digna de blog, poder-se-á mesmo chamar de post.
Refere-se a uma obra-prima da Natureza condignamente transformada pelo Ser Humano…
Passo a explicar – a Big Néctar é uma lanchonete que fica a umas duas quadras de nossa casa, uma lanchonete quase igual às outras todas, salvo o detalhe de ter, de todas (pronto, eu sei, não andei a experimentar todas-todas, nem sequer muitas, porque no inicio me dirigiram a esta e logo por lá fiquei – que dizer?, sou uma criatura de hábitos!), repito, de ter, de todas OS MELHORES SUCOS!

É realmente impressionante, a quantidade, a variedade, a qualidade.
Também tem salgadinhos, uns pratos rápidos, essas coisas, mas o que fica mesmo gravado na memória das papilas gustativas é o fresquinho e o sabor dos sucos.
No princípio, cheguei com aquela vontade de experimentar todos os sucos, percorrer o cardápio de A a Z, partir com coragem mesmo para aqueles nomes e combinações mais estranhas, tipo… agora não me recordo de nenhum em especial, só assim daqueles tipo açaí ou clorofila, mas eu vou lá e debito aqui toda a informação que recolher.
(OK, fui ver a um site – coisas como abacaxi com clorofila, acerola com laranja, açaí com proteinato de cálcio ou granola; guarafruta que é guaraná natural ou em pó com fruta à escolha do freguês).
Só que houve um dia (bem no inicio deste mês de muita maturidade que já passei aqui) de muito, muito, muito calor, em que estava precisada de um suco que me garantisse frescura e saciedade em 300ml o que não era tarefa fácil naquele dia. Então, (a criatura de hábitos a vir ao de cima) decidi apostar no hábito, na segurança de uma certeza. “Uhmmm… pode ser melancia!”
E pronto! Há aquelas coisas que levam muita experimentação nesta vida… descobrir o melhor café para tomar o pequeno-almoço com os amigos, descobrir como lidar com um dia de alergia total, de rinite no seu esplendor, uma arma anti-social poderosíssima, especialmente considerando que se refere a apenas a para aí 10cm2 da nossa área total (que aprendi andar à volta do 1,80m2) – (hoje é um desses dias, desculpem o desabafo!), descobrir o que fazer com a vida, descobrir, descobrir, descobrir.

Na minha listinha de preferências e descobertas já posso pôr: Melhor Sumo Para Um Dia Incrivelmente Quente Ou Para Levantar A Moral Num Dia Incrivelmente Alérgico – Sumo de Melancia da Big Néctar! - (que hoje teve a particularidade de me ter sido gentilmente trazido em forma de surpresa e compensação pelos vários pacotes de lenços aniquilados pela Joaninha – Muito Obrigada à melhor imitadora (do Mundo) do andar do Sid do Ice Age – é ver para crer!)

UFRJ - FAU

Quarta-feira passada fomos, eu e a Joaninha, à Faculdade de Arquitectura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Que eu saiba, a Universidade tem dois campus, um na cidade e o outro um pouco fora, para Norte, a caminho do aeroporto internacional. É neste que fica a Faculdade de Arquitectura e mais uma boa parte delas.
O campus é gigantesco, modernista, cada edifício é um colosso e a comunicação entre edifícios… bem, digamos que eu vi vários táxis à porta da Faculdade.

É também neste edifício que fica a Escola de Belas-Artes.
Fomos com um arquitecto conhecido da Joaninha, que lecciona Elementos de Arquitectura e que gentilmente nos fez o tour-expresso, o início necessário à exploração do já referido grande edifício.

terça-feira, 15 de maio de 2007

Como diz a Bi... "Pulita Laranjita"!


No 1º de Maio, em frente ao Copacabana Palace...

Quando, pelas 18/19 horas, já bem depois do anoitecer, se vê um batalhão de miúdos a jogar à bola, com os pais embevecidos, os turistas e restantes passeantes no calçadão embevecidos a olhar para a alegria deles, é difícil imaginar que esta é a mesma cidade onde ocorrem todas as atrocidades que ocorrem – desculpem o desabafo (e o momento lamechas nº1), mas… ontem semi-assisti a um episódio estranho e depois fui ver um filme que também tinha episódios estranhos… bom, esse relato fica para outra altura, porque agora falta concluir o 1º de Maio.
E depois do dia de praia foi o concerto da Daniela Mercury, em frente ao Copacabana Palace, grátis (muito importante) para celebrar o Dia do Trabalhador pela TIM, uma das operadoras de telemóveis nacionais. E foi muito engraçado.
As notícias do dia seguinte dizem que estiveram presentes 100mil pessoas!!! Teve muita piada porque estava toda a gente muito eufórica, eles adoram-na, conhecem as músicas e as coreografias, dançam, fartam-se de dançar e foi até emocionante perceber como a música une tanto as pessoas.
Acho que uma das características desta cidade é ter pessoas tão diversas, de classes sociais tão diferentes e naquela noite havia mesmo gente muito diferente unida pela música (eu sei, momento lamechas nº2), mas… foi importante.
A certa altura houve zaragata lá para perto do palco, então a Daniela (sim, a Daniela! Ela contou tanta coisa de "...quando era garota, crescendo lá em Salvador..."que parece que a conheço há 20 anos, como à JC!) fez um discurso para amainar os ânimos, foi muito democrática e parece que surtiu efeito. Foi importante, porque estou cada vez mais convencida de que aqui, e em muitos outros lugares, quando entra a polícia ao barulho a coisa fica destinada ao insucesso. E eles andavam por lá, aos muitos.
Foi muito engraçado ouvir aquelas músicas todas bem perto do local de origem, a “Rapunzel” (só me lembrava da Budi F e das suas dançarinas num certo e determinado vídeo de há muitos anos atrás), o “Nobre Vagabundo”, isso tudo. O concerto ainda foi abrilhantado pelas convidadas, Beth Carvalho e Margareth Menezes.

O resto da Sexta-Feira e o 1º de Maio versão Carioca

Foi uma tarde muito curiosa, impactante por conhecer aquela realidade que não é homogénea, não cabe num pré-conceito, preconceito.
Conheci o Diego de 9 anos, menino de rua adoptado pela mãe do já referido Filipe, que achou muito curiosa “essa coisa que você fala”, ou seja, o português. Eu disse-lhe que se ele escutasse com atenção ia conseguir perceber tudo – então começámos numa brincadeira de falar português de Portugal e português do Brasil, durante meia-hora eu tive um interruptor. Desenvolveu uma paixão pela máquina fotográfica da Joaninha e foi ele o repórter fotográfico dessa tarde. O Diego nunca foi ao Cristo Rei.
A Mariana, 13 anos acabados de fazer, anuncia-se sempre com um bater de palmas, um jogar de cabeça para trás e gargalhada rouca e sonora, é a auto-intitulada “Rainha do Pedaço” e dona da pista, pois domina o funk. Tudo passa por ela, ali naquele reino tem o poder de tomar partido e fazer partidos. Tem “um Amor, uma Paixão e uma Distracção” e nessa sexta-feira estava toda contente porque um dos três ia “dar!”… Ainda assim, é uma das mais fiéis às tardes das “Anas e Marias” e ouve a Andreia, a “Ana” daquela comunidade como se fosse a mãe que não tem.
Outra menina (de quem infelizmente não me recordo o nome), chegada de Minas há cerca de um ano, esteve o tempo todo calada e a olhar para o frenesim da tarde e para o fim foi-se pôr entre a Joaninha e a Libelinha e encetou conversa – que o Rio é muito diferente de Minas, ainda se está a adaptar, que não gosta muito de praia mas a que gosta mais é a do Leme, que em breve tem de se ir embora porque vai começar a “Malhação”. Uhm… onde é que eu já ouvi isto?
A chuva, que durante a tarde toda se tornou torrencial, amainou, e quando descemos para o Leme para apanharmos uma van de volta a Copacabana, reparei nos “motoboys” que estavam na base da ladeira. A Borboleta já me tinha falado deles, taxistas de mota que sobem o morro mediante o pagamento de 1 real.
O jantar foi pizza, um rodízio de pizza de um dos dois supermercados nossos vizinhos, o Rio Sul. Veio o Ricardo, um colega de turma da Libelinha e da Joaninha que também está cá a estagiar. Houve brindes e gelado e depois quase todo o grupo saiu para a Lapa, o que até agora percebi como sendo o sítio da noite aqui.
Na primeira paragem um boteco, donde pude observar que os carros são estacionados em ponto morto, para poderem ser manobrados para outros carros estacionarem ou saírem.
Dali fomos para os “Democráticos”, uma casa que me lembrou a “Kananga do Japão” – edifício de meados do século XIX onde se dança o samba, algum tocado ao vivo.

O 1º de Maio nesta versão Carioca foi de tranquilidade a lembrar o Verão. Grande parte do dia foi passada na praia de Copacabana, cheia como se fosse fim-de-semana naquele dia deste Outono que tem sido tão generoso.
Se vos preocupa a noção de limite e espaço próprio nas praias portuguesas, então acho que aqui essas noções sofrem uma adaptação! Não sei bem como, mas os Cariocas ainda conseguem ser mais espaçosos de que uma família de 6+cão na praia de Armação de Pêra. Chegam e instalam-se, não interessa se já estava lá alguém antes. Literalmente, tive de mudar de sítio 3 vezes porque fui abalrroada!
Para além deste dado pitoresco, os Cariocas que frequentam Copacabana – sim, porque são muitas as nuances entre estes e os que frequentam, por exemplo, Ipanema; pude verificar isso no domingo passado – embora muitíssimo diversos (já ouvi aqui por mais do que uma vez que a praia de Copacabana é o local mais democrático do Rio) são todos muitos espalhafatosos. Ouvem-se as conversas, as fofocas e os babados, tudo o que não se quer ouvir mas que é impossível deixar de ouvir porque se passa a menos de 1 metro e é dito em alto e bom som… “Aí, eu fui com a Kelly na Academia, e aí, a gente chegou lá, e aí, encontrámos o Rodrigo, você sabe, aquele que está ficando com a Fabiana – esse é a maior fofoca, ela diz que ele beija maaal! – e aí…”
A completar o quadro sonoro há a passagem constante dos vendedores de… bem, basicamente tudo! É realmente constante, já os tentei contabilizar num limite de tempo, mas não dá, tinha de ter visão a 360º. Eles vendem amendoins, cangas, óculos de sol, vestidos, pulseiras, colares e anéis, bebidas (“Água, h2o, coca-cola, cerveja, Skol!” “Mate! Olh’ó mate ((mátchiii)! Mate Leão” “Guaraná, Limonada, GuaráViton”), comida (“O sanduíche natural!””Empada, esfiha, pastel!!!”), protector e bronzeador, canga-bolsa, Picolé e Sacolé da Moleca, gelado Kibom, gelado Alô Itália, um pouco de tudo num carreiro permanente.
Depois, aqui não há bandeiras a indicar o estado do mar. Se o mar está bravo, os melhores indicadores são a presença dos surfistas e bodyboarders, que por as ondas se formarem tão em cima da zona de rebentação funcionam eles próprios como desmotivadores dos banhistas, dado que ninguém aprecia a perspectiva de levar uma pranchada na fonte. Se a coisa está mesmo má, aparecem os “Guarda-Vidas”, os Nadadores-Salvadores do pedaço, que com o seu ar Baywatch Carioca se reúnem em grupinhos a observar o movimento (não exclusivamente das ondas e das correntes) e espetam umas plaquinhas a dizer “Perigo-Correnteza”.
O Carioca, como é mundialmente sabido, gosta de estar em forma e trabalhar para isso. Como tal, aqui as “academias”, nossos ginásios, ganham importância de serviço de urgência, ao ponto de estarem abertos 24horas, coisa que não acontece com muitas urgências no nosso país.
O calçadão é outro espaço privilegiado para o exercício, tal como a Lagoa Rodrigo de Freitas, cada um ao seu estilo. Mas a areia, é aqui um recinto olímpico entalado entre o calçadão e o mar. Assim, aquelas distracções de areia do tipo “a raquetes”, são encaradas como desporto nacional, e por vezes são tantos os entusiastas que se formam batalhões de jogadores, todos alinhados a treinar as melhores batidas e a ouvir os conselhos dos treinadores. O entusiasmo pelo desporto de praia é tanto, que na faixa de areia contígua ao calçadão há uma série de delimitações de campos de jogo – futebol, vólei, andebol, futvólei… Estes são explorados ou pelos proprietários dos quiosques próximos, ou por grémios associativos, ou mesmo pela Prefeitura, que promove actividades de praia para miúdos de todas as idades, durante horários variados e de actividades também variadas.

Ainda Sexta-Feira passada e as Vans

As vans… lá está um bom tema de conversa.
As vans são mini-autocarros ou maxi-taxis que pululam nesta cidade, que cumprem determinadas rotas, rotas variadas, das quais apenas se conhece o ponto de partida e o de chegada, sendo os intermédios ditados pelas necessidades dos fregueses. Há-as mais ou menos legais e as totalmente ilegais, penso eu! Aquelas que eu acho que são mais ou menos legais são as que têm anunciados os pontos de partida e os de chegada, têm um número de telefone para reclamações e param em sítios mais ou menos pré-determinados. As outras, as que eu acho que são totalmente ilegais… vão passando por todo o lado, têm um angariador, perigosamente pendurado numa porta de correr que o pode guilhotinar numa qualquer travagem mais brusca, que vai gritando (ou falando mais baixo se a zona é de movimento e vigiada): “P’rá Copa, Ipanema, Vidigal, não tem lugar sentado mas saem 4 na Bolívar!”, “P’ro Leme!”, nas quais se paga os mesmos 2 reais que num autocarro (ai, os autocarros, outro pano para muita manga!), e se pode usufruir de uma condução menos brusca que a dos senhores dos ônibus. Nessa sexta, tomámos então a van em direcção ao Leme, para andarmos o resto até à Comunidade no morro Chapéu Mangueira. Ao sairmos da van, a angariadora desejou-nos “bom fim-de-semana e boa sorte, vai com Deus querida”, e lá fomos as 4 subindo ligeirinhas pela ladeira, acompanhadas de uma chuvinha intermitente. Depois de subirmos, subirmos, subirmos… chegámos! Chegámos ao local de encontro nesta comunidade do projecto “Ana e Maria”. Trata-se de uma iniciativa do Viva Rio, que eu, sinceramente também ainda não sei muito bem o que é, mas penso que seja um departamento da Prefeitura virado para a assistência à população… tenho de ir ver! O “Ana e Maria” é como um ATL que recebe grávidas adolescentes, ou mesmo não-grávidas mas adolescentes, ou mesmo namorados ou até não namorados, miúdos que simplesmente preferem passar o tempo ali em vez de o passarem na rua. Ali discute-se sobre tudo o que tenha a ver com a vida, sobretudo (outro, mas pegado) sobre a sexualidade, a prevenção, o que se supõe que pudessem ser as nossas aulas de educação sexual, se alguma vez avançarem. É um espaço de abrigo e aconselhamento, mas também de aprendizagem, um projecto que cativou alguns fiéis, daqueles que quase nunca faltam aos encontros. As “Anas” são as orientadoras e as “Marias” as adolescentes. Um dos que nunca faltam é o Felipe, 14 anos feitos nessa semana e celebrados nesse dia, que reivindica que o projecto devia incluir “Josés”! A Borboleta estava a trabalhar neste projecto, e naquela sexta-feira foi também a festinha da sua despedida. Houve muita comida (pastelzinho, bolo de brigadeiro, por aí fora), bebida (tudo refrigerante), e pessoas a vir de comunidades bem distantes, algumas com filhos de meses ao colo tendo tido que apanhar não sei quantos autocarros só para se despedirem. Lá estavam representantes das comunidades da Maré, Pavão-Pavãozinho, Cantagalo, pelo menos. Para além da comida houve dança, discussão, sessão de perguntas e respostas às 4 Portuguesinhas sobre se em Portugal se ouve funk, qual a nossa comida Brasileira preferida e o que é que se come em Portugal (“Bacalhau? Blerrrc!”), sobre se temos namorado, sobre o que é que há lá do Brasil, sobre se as Havaianas são muito caras lá, por aí fora.

Sexta-Feira passada (já bem passada!)

Os tais pontos a assinalar vão ter de esperar… Ontem foi sexta-feira, um dia cheio, em cheio. Não fui trabalhar, pelo que tive de trabalhar a quinta toda! AIII FIIIDA!!! (muito difícil!) O não ter ido trabalhar na sexta teve uma razão de ser, aliás várias razões de ser. A primeira foi ter combinado ir logo de manhã com a Libelinha e a Borboleta, ao local de um dos projectos desta última. Projectos não no sentido Arquitectónico do termo, já que a Borboleta é, de nós as quatro, a única que conseguiu fugir à praga e formou-se em Psicologia. Este projecto ganha forma no voluntariado que ela tem vindo a fazer numa escola, o “Solar dos Meninos de Luz”. A particularidade desta escola é que fica na favela do Pavão-Pavãozinho, uma comunidade entalada num morro entre Copacabana e Ipanema. A escola tem classes para crianças dos 3 meses aos 18 anos de idade, e a ideia dominante é proporcionar a crianças (em hipotético risco) a educação necessária ao ingresso na faculdade ou curso profissionalizante sempre fintando os destinos mais evidentes que a vida na favela pode oferecer. Bom… isto foi um primeiro e bastante breve contacto que eu tive com esta organização, se quiserem saber mais sobre esta escola podem “acessar”: www.meninosdeluz.org.br, deverá ter informação engraçada, pelo menos julgando pela que têm no folheto! Continuando… fomos lá, a pé fica a cerca de 15 minutos de nossa casa, sendo que no caminho temos de atravessar uma estrada com mil faixas que é uma saída de um túnel que atravessa este morro (do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, e que 5 dos 15 minutos são à espera de oportunidade para passar! Subindo umas escadas que fazem a fronteira entre Ipanema e a favela, chegamos à rua da escola. E pronto, ali encetei um rol de paixões que desenvolvi durante o dia, mal entre na sala dos meninos até 2 anos de idade… cerca de 15m2 para mais ou menos 30 miúdos que em menos de 5 minutos nos dão beijinhos, abraços, querem deitar-se no nosso colo ou fazer o pino nele. As educadoras, com uma dedicação enternecedora e abertura à chegada de voluntários muito positiva, o chão almofadado onde todos andam descalços e rebolem e dormem e por aí fora. É difícil explicar, mas apesar de ter andado a fazer de elevador até à magnífica vista da janela sobre o recreio para quase todos os piniquinis, de ter feito saco de batatas de alguns deles, de ter sido a árvore para trepar para 3 ou 4 simultaneamente, de ter sido o colchão de pino de uma aspirante a ginasta, de ter que manter acordada uma Duda adormecida à força de cantar 500 vezes a música do sapo, de ter dado o almoço a uma Carolina com caracóis pretos… saí de lá renovada. “O Sapo não lava o pé, não lava porque não quer! Ele mora lá na lagoa, não lava o pé porque não quer! MAS QUE CHULÈ!!!” “O papar, o papar vou comer, vou comer, p’rá ficar fortinho, p’rá ficar fortinho e crescer, e crescer!” (coma melodia do Frère Jacques) Já marquei uma visita ao Solar na próxima quarta, às 14h30, uma condição para futuros voluntários. Regressadas a casa, a Joaninha juntou-se a nós para o almoço e, depois de devidamente apetrechadas após a ida ao supermercado Princesa – nosso vizinho – seguimos para o compromisso da tarde. Apanhámos uma van na Avenida Atlântica até ao Leme e subimos o morro do Chapéu Mangueira.

sábado, 12 de maio de 2007

Partida

A primeira semana foi cheia, tão cheia (!) que quando passou deixou a sensação de que eu já estava cá há coisa de dois meses (mais coisa menos coisa – posso continuar a arranjar montes de expressões com “coisa” ou talvez seja melhor parar por aqui…)
Por um lado, este é um lugar que é avassalador nas boas-vindas, por outro, as minhas duas semanas iniciais de estadia Brasileira coincidem com as duas semanas finais de estadia da Borboleta (o que implica muitos processos de despedida dos quais também vou participando) e por um terceiro lado – que faz desta problemática algo como um triângulo – a saída de Portugal, idêntica a praticamente todas as saídas da Pátria Mãe para um processo de emigração ou semi-emigração, foi cheia de pontas soltas, assuntos-da-máxima-importância-naquela-altura que ficaram por resolver, e, no caso, uma irmã hospitalizada num sítio longínquo no dia de aniversário do nosso Pai e com prognóstico meio perdido no processo telefone estragado que é a comunicação Buenos Aires-Lisboa-Rio de Janeiro…
Bom, mas no dia em que finalmente começo este resumo das minhas semanas Brasileiras, a situação da querida irmã está, de forma aparente e comprovada por conversação via Skype, em processo de convalescença doméstica e óptima resolução. Assim o espero.
Portanto, mais leve (embora os meus 58 quilogramas recentemente medidos numa balança Carioca o desmintam), aqui inicio o que pretende ser o blog que ainda não criei, os mails que devia escrever e ainda não escrevi, os postais que já comprei e ainda não enviei, os souvenirs que já estão pensados mas ainda não não achetados (do Francês achetar… acheter, assim é que é!).
Para além da dificuldade na despedida que me caracteriza, devidamente representada pelo facto de fechar a mala a escassas horas da partida e de ainda ter ido ver os episódios de Prison Break que deram no dia anterior, a viagem correu sem grande sobressalto. A assinalar apenas alguns pontos –